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As criptomoedas, assim como outros mercados financeiros, enfrentaram forte volatilidade após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar seu plano de tarifas recíprocas para esta quarta-feira (2), medida conhecida como “Dia da Libertação”.
O Bitcoin (BTC) acumula uma queda de 9,30% nos últimos 30 dias, enquanto algumas das principais altcoins – termo usado para identificar qualquer criptomoeda que não seja o BTC – recuaram 20% e até mais do que 30% no mesmo período, como é o caso da Solana (SOL), XRP (XRP), entre outras.
Apesar desse movimento de baixa, especialistas enxergam a queda como uma oportunidade de compra de criptoativos. Segundo eles, a perspectiva para o mercado de ativos digitais nos próximos meses segue positiva, especialmente para o Bitcoin, a maior cripto do mundo.
“Em caso de uma redução da volatilidade, e maior clareza em relação a tarifas, podemos ver uma recuperação significativa nas cotações do ativo (Bitcoin), embalado entre outros por uma retomada nas captações via ETFs (de criptomoedas)”, disse Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset Management.
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Confira abaixo os principais criptoativos para abril, recomendados por 11 casas consultadas pelo InfoMoney. Apenas os tokens que receberam pelo menos duas indicações foram incluídos na lista.
| Criptomoeda | Nº de recomendações | Retorno acumulado (30 dias) |
| Bitcoin (BTC) | 7 | -9,30% |
| Solana (SOL) | 5 | -25,75% |
| XRP (XRP) | 4 | -27,08 |
| Sui (SUI) | 3 | -23,15% |
| Aave (AAVE) | 3 | -23,90 |
| Ondo Finance (ONDO) | 2 | -29,76% |
| Cardano (ADA) | 2 | -34% |
Bitcoin (BTC)
Pedro Gutiérrez, diretor Latam da CoinEx, disse que, tanto em abril como nos próximos dois meses, o Bitcoin entrará em uma fase de força renovada, impulsionada tanto pelas entradas nos ETFs (fundos de índice) à vista da cripto nos Estados Unidos, como pela expectativa de cortes de juros e a política amigável a cripto no país.
“Os fluxos de capital constantes para os ETFs de Bitcoin à vista aprovados nos EUA estão marcando um ponto de inflexão, criando uma demanda institucional sustentada. Do ponto de vista macroeconômico, as expectativas de que o Fed começará a cortar os juros no 2º trimestre podem fornecer um impulso adicional ao apetite por risco nos mercados, incluindo o BTC. Além disso, o retorno de Trump à presidência introduz um novo capítulo geopolítico que pode fazer muitos reavaliar o papel do Bitcoin como ativo de reserva ou proteção contra incertezas fiscais”
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Solana (SOL)
A Solana é negociada na faixa dos US$ 127, abaixo de sua máxima de US$ 250, registrada no ano ado. “Mesmo com a correção, o ecossistema segue robusto, com alta atividade em DeFi e NFTs, além de transações rápidas e taxas baixas”, disse Vinicius Bellezzo, business development manager da Bybit. Rafael Bonventi, analista da Bitget, disse que o nível-chave a ser monitorado agora é a resistência em US$ 147,50. “Se o preço romper essa faixa com convicção, pode sinalizar retomada do controle por parte dos touros, abrindo caminho para testar resistências superiores”.
XRP (XRP)
Beto Fernandes, analista da Foxbit, disse que é indiscutível que a XRP está com bastante atenção no mercado. “Não só a empresa por trás da criptomoeda está próxima ao governo de Donald Trump, como seu CEO confirmou que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) retirou o processo de quatro anos contra a Ripple Labs. Ou seja, a flexibilização regulatória pode estar favorecendo a XRP, o que pode trazer oportunidades para os investidores nas próximas semanas, pelo menos a nível especulativo”.
Sui (SUI)
A Sui (SUI) fez um acordo de reserva estratégica dentro da World Liberty Financial, que é o programa de DeFi apoiado Trump, o “que pode se revelar um salto qualitativo importante para eles”, disse Caio Villa, CIO da Uniera. “Outra potencial vantagem, e que ainda é uma incógnita, é que a SUI é um criptoativo desenvolvido nos Estados Unidos, o que pode acarretar ao não pagamento de impostos sobre o ganho de capital no futuro”, disse.
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Já Danilo Matos, analista da NovaDAX, mencionou a recente formação de um death cross, um padrão gráfico que pode indicar uma tendência de queda, com o preço podendo cair para US$2,23 e até mesmo para US$1,96 dos atuais US$ 2,46 . “Essa faixa dos US$2 tem sido uma boa região para acumulação se você acredita no projeto para o longo prazo”.
Aave (AAVE)
A criptomoeda vem de uma correção de cerca de 60% no preço do token em apenas 3 meses, e isso em meio a um cenário de maior clareza regulatória para o setor de finanças descentralizadas. “AAVE possui um share superior a 70% no mercado de empréstimos descentralizados, uma governança bem organizada, e mais de 90% dos tokens já estão em circulação, o que protege o investidor de futuras diluições”, disse Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset Management.
Ondo Finance (ONDO)
A Ondo Finance é uma plataforma de DeFi que converte ativos financeiros tradicionais, como Treasuries, em ativos digitais na blockchain. “O projeto também se destaca por suas grandes parcerias, com destaque para a recém integração de sua plataforma com a rede Mastercard, trazendo a tese de tokenização para importantes players do mercado. Dito isso, compreendemos que o Ondo está bem posicionado em um dos setores mais estratégicos do mercado, uma vez que a tese de RWA é muito potencializada pelo ambiente regulatório mais favorável”, falou Rony Szuster, head da área de Research do MB.
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Cardano (ADA)
Guilherme Castro, gerente de estratégia de produto da Bitso, disse que a Cardano, apesar da queda, ganhou um novo impulso após ser mencionada no anúncio da Reserva de Criptomoedas dos EUA. “O preço do ADA tem se consolidado em torno de US$ 0,72 , com analistas prevendo um possível rompimento de resistência”, disse. Gutiérrez, da CoinEx, lembrou que as atualizações em andamento no projeto podem aumentar a capacidade de processamento e a governança descentralizada, tornando a plataforma uma “forte concorrente no ecossistema global de blockchain”.