“Modelo de negócio é sólido e não depende de um só produto”, diz CFO da XP

A XP Inc. (XPBR31) publicou um comunicado oficial desmentindo alegações de um relatório publicado na última quarta-feira (12) pela casa de análise americana Grizzly Research.

No comunicado, a XP defende seu modelo de negócios, refuta as acusações, esclarece pontos questionados no relatório e indica a tomada de ações contra a Grizzly.

Ao InfoMoney, o CFO da XP Inc., Victor Mansur, afirmou que as acusações são enganosas. “A XP é uma empresa sólida e tem demonstrado resiliência e diversificação de receita ao longo dos anos. Os resultados mais recentes vieram em linha com o guidance [projeção] da companhia para 2026″, afirmou.

“Esses números refletem a eficácia do modelo de negócios diversificado e resiliente da empresa, que não depende exclusivamente das condições macroeconômicas, e muito menos de apenas um produto”.

O que diz o relatório

No relatório, a Grizzly – uma casa pequena e pouco conhecida com sede em Nova York, que atua como short seller no mercado – alega que a receita gerada pela venda de produtos financeiros estaria sendo contabilizada de forma incorreta em dois fundos da XP. Mansur, por sua vez, explicou que os fundos citados são usados exclusivamente pela tesouraria da XP para operações financeiras, sem qualquer impacto para os clientes. Além disso, são auditados pela PwC e cotizados pelo BNY Mellon.

Mansur reforçou que a prática de consolidar operações em veículos financeiros é comum, legal e autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – órgão regulador do mercado – desde 2016.

Em seu comunicado, a XP ressaltou que os dois fundos não captam recursos de clientes nem dependem da entrada de novos participantes para manter suas operações, ao contrário de fundos distribuídos para investidores no mercado. Além disso, desempenham um papel relevante ao garantir eficiência e liquidez em diversas operações.

Diversificação de receitas

Sobre as acusações de contabilização incorreta de receitas geradas pela venda de produtos como COEs (certificados de operações estruturadas), a XP destacou que segue rigorosamente a regulamentação e mantém total transparência.

Os COEs, aliás, representam apenas 3% dos investimentos sob custódia da XP, reforçando que a empresa não depende exclusivamente desse produto.

Em 2024, a XP foi responsável por R$ 8,5 bilhões dos R$ 40 bilhões emitidos no mercado financeiro brasileiro em COEs. Das emissões da XP, R$ 7 bilhões foram alocados em instrumentos de renda fixa que buscam exposição a ativos que oferecem arbitragem de taxa aos clientes – 95% dos quais estão registrando rentabilidade acima de 100% do CDI.

“Nos últimos 3 anos, aproximadamente 80% dos clientes que adquiriram COEs têm performance acima de 100% do CDI, com rentabilidade média de 111% do CDI”, aponta o comunicado da XP. “Para além dos retornos do produto, parte significativa dos COEs tem principal garantido, o que oferece proteção ao investidor caso o ativo de referência tenha uma performance negativa”.

“Fake news para induzir a erro”

Mansur chamou as alegações do relatório da Grizzly de fake news, numa tentativa de induzir o mercado ao erro.

A XP afirmou que tomará as medidas legais cabíveis contra a Grizzly e os que impulsionaram propositalmente as alegações feitas pela empresa. Além disso, reforçou que a empresa é regulada por órgãos como CVM, Banco Central e Securities and Exchange Commission (SEC), segue rigorosos padrões de governança e compliance e tem todas as suas operações auditadas regularmente, garantindo total transparência e conformidade com as normas vigentes.

“Há quase 25 anos estamos transformando o mercado de investimentos no Brasil. Temos muito orgulho de tudo o que construímos até aqui e continuaremos com o nosso compromisso de democratizar e levar a melhor recomendação de investimentos para os nossos clientes.”