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A Pfizer (PFIZ34) está avançando com uma pílula para perda de peso enquanto busca se recuperar da crise pós-pandemia, mas a farmacêutica deu poucas pistas sobre o que exatamente motivou essa decisão.
Na quinta-feira (11), a Pfizer relatou resultados muito aguardados de um estudo com 20 pessoas de uma pílula antiobesidade que anteriormente teve problemas por causa dos efeitos colaterais. No novo estudo, a Pfizer testou quatro versões do tratamento como uma pílula de uma vez ao dia em vez de duas vezes ao dia, com o objetivo de encontrar uma que gerasse perda de peso suficiente sem os efeitos colaterais que faziam as pessoas pararem de tomá-la.
A Pfizer não deu detalhes sobre qual era a melhor formulação do medicamento, dificultando que os analistas julgassem as descobertas. O diretor científico cessante da farmacêutica, Mikael Dolsten, disse que havia resultados “encorajadores” para várias versões do medicamento e que acredita que “uma formulação de uma vez ao dia tem o potencial de ter um perfil competitivo” no mercado de pílulas para obesidade. A empresa não respondeu imediatamente quando questionada se mais dados sobre o medicamento, conhecido como danuglipron, seriam divulgados deste estudo.
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As ações da Pfizer subiram até 3,1%.
A reação inicial dos analistas foi silenciada. “Algumas das perguntas mais significativas sobre o danuglipron ainda não foram respondidas”, disse o analista da Jefferies, Akash Tewari, em nota aos investidores.
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O analista da Evercore, Umer Raffat, disse que acredita que a Pfizer está “provavelmente ganhando tempo” para ver o desempenho de uma pílula diferente contra obesidade que está estudando.
A Pfizer disse que testou quatro formulações do medicamento para determinar qual seria mais eficaz, mas não revelou qual funcionou melhor, apenas dizendo que uma mostrou “o perfil mais favorável”.
“Francamente, o teste de hoje nunca respondeu à pergunta sobre qual dose de liberação modificada uma vez ao dia levaria à eficácia competitiva”, disse Raffat em uma nota aos investidores. “Nesse contexto, a coisa sensata a fazer era não se comprometer demais – e foi exatamente isso que eles fizeram: não mataram o danuglipron, disseram que ele está vivo e pode avançar.”
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A Pfizer disse que moverá a pílula para um estudo de estágio intermediário no segundo semestre deste ano. Alguns analistas pensaram que a Pfizer, correndo para fechar a lacuna com a Lilly e a Novo, poderia pular essa etapa e ar para um estudo de estágio posterior na tentativa de obter aprovação regulatória mais cedo. O próximo teste será projetado para encontrar uma dose ideal da pílula, disse a empresa, e o medicamento ará para o estágio final de desenvolvimento se for bem-sucedido.
Sam Fazeli, diretor de pesquisa da Bloomberg Intelligence, disse que, no melhor cenário, o medicamento só poderia ser lançado em 2028, “estágio em que vários concorrentes podem estar disponíveis”.
Rivais
O Danuglipron foi projetado como uma alternativa sem agulhas para injeções populares de perda de peso da Novo Nordisk A/S e Eli Lilly & Co. A Pfizer disse que espera que as pílulas eventualmente capturem cerca de um terço do mercado de medicamentos para obesidade, que deve crescer para cerca de US$ 130 bilhões até o final da década. A pílula foi projetada para imitar os efeitos do semaglutida injetável de sucesso da Novo, vendido como Wegovy e Ozempic.
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A Pfizer tem lutado para progredir no tratamento da obesidade. No final do ano ado, a empresa interrompeu o desenvolvimento de uma versão de danuglipron para duas vezes ao dia após altas taxas de náusea e vômito levarem os pacientes a abandonar um estudo de estágio intermediário com cerca de 1.400 pessoas. Meses antes, ela abandonou outro medicamento oral para obesidade que mostrou efeitos hepáticos preocupantes em um teste.
A empresa está anos atrás da Novo e da Lilly, cuja injeção semanal de Zepbound está pronta para vendas de sucesso após obter aprovação nos EUA no ano ado. A Lilly também tem uma pílula contra obesidade no estágio final de desenvolvimento com um teste-chave programado para terminar em abril. A AstraZeneca Plc, a Structure Therapeutics Inc. e outras empresas também estão desenvolvendo medicamentos orais.
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Pressão
Se a pílula for bem-sucedida, ela pode aliviar um pouco a pressão sobre o CEO da Pfizer, Albert Bourla, que tem lutado para persuadir os investidores de que o pipeline de medicamentos da empresa pode deter seu declínio pós-pandemia. As vendas caíram 20% no primeiro trimestre de 2024, com a queda da demanda por sua vacina e pílula contra a Covid-19. A previsão financeira da Pfizer para este ano ficou bem abaixo das expectativas de Wall Street e sua vacina para RSV teve desempenho inferior.
A Pfizer acaba de dizer que seu diretor científico Dolsten está saindo após 15 anos, 14 dos quais ele atuou na principal função de pesquisa da empresa. Sob seu comando, a Pfizer desenvolveu sucessos de bilheteria como Eliquis e Prevnar. Mas esses produtos — junto com muitos dos campeões de vendas da empresa — estão enfrentando uma concorrência cada vez maior e a Pfizer surgiu com pouco que possa substituí-los.
A empresa teve um breve alívio durante a pandemia quando sua vacina e pílula contra a Covid-19 renderam mais de US$ 100 bilhões em vendas em apenas dois anos. Mas esse sucesso durou pouco. O mercado de doses de reforço caiu drasticamente, e a Pfizer teve que retirar doses de sua pílula do governo no ano ado devido à baixa demanda. Atualmente, suas ações estão sendo negociadas perto das mínimas de 10 anos.
Wall Street se fixou na pílula contra obesidade como uma forma de a empresa se reanimar, pressionando Bourla por quaisquer dicas de que sua empresa poderia um dia competir no mercado que definiu uma era para tratamentos contra obesidade. Na última teleconferência de lucros trimestrais da Pfizer, analistas trouxeram o assunto à tona quatro vezes de maneiras cada vez mais criativas, com um deles apontando uma lista de empregos no site da empresa procurando por clínicos com experiência em obesidade.
A Pfizer divulgará seus lucros no final deste mês, dando aos analistas a chance de investigar mais a fundo a farmacêutica sobre os resultados do estudo divulgado na quinta-feira e seu futuro na obesidade.
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